Trabalho de história pertencente ao terceiro ano, turma "A", do colégio Leonardo da Vinci da unidade norte. Aqui nesta página estão reunidas as reportagens de um jornalista anônimo e adepto aos ideais dos revoltosos da guerra de Contestados (1912 a 1916). Este blog é em memória desse homem muito à frente de seu tempo.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O progresso da desumanidade


 A construção da estrada de ferro São Paulo - Rio Grande tinha como objetivo integrar econômica e geograficamente a região sul. Contudo, sua existência foi às custas da expulsão de milhares de moradores locais, que estão tentando fugir de seus infortúnios seguindo as palavras do beato José Maria.


            A estrada de ferro São Paulo - Rio Grande do Sul está enfim possibilitando o tráfego de trens entre os quatro estados do sul no atual ano de 1912. A multinacional Brazil Railway, pertencente ao Sindicato Farquhar, que se encarregou dessa construção.
            Contestado costumava ser uma região disputada por dois estados da região sul do Brasil: Santa Catarina e Paraná. Ambos estavam interessados nessa área de quarenta mil quilômetros quadrados por conta da grande floresta cheia de madeiras nobres e imensos ervais nativos que poderiam trazer um bom lucro se fossem explorados. Porém, o governo brasileiro acabou com essa rivalidade no inicio da república, quando doou parte dessas terras da discórdia para uma empresa estadunidense denominada Brazil Railway. A região já tinha um destino quando passou para as mãos da atual dona: tornar-se o cenário de uma nova ferrovia e o palco de intensas explorações das madeiras nobres, juntamente com tudo o mais que a localidade tiver de valioso a oferecer.
            A presença da nova estrada de ferro e dos seus construtores estrangeiros, apesar do seu aspecto positivo, impulsionar o progresso do atrasado Brasil; é uma faca de dois gumes, afinal ela trouxe também consequências negativas. A primeira delas foi a expulsão desumana da população de Contestado, que não teve direito sequer a indenização e ainda perdeu seu único meio de subsistência: a pequena agricultura. Já a segunda está ocorrendo agora: a exploração das riquezas naturais da região.
            Os ex-moradores de Contestado, abandonados à mercê da miséria absoluta, viram-se obrigados a trabalhar como mão de obra na construção da estrada de ferro. A parte desses tipos socias que conseguiu garantir sua subsistência através desse emprego, o perdeu com a finalização da obra. A situação de pobreza dessas pessoas já tinha se agravado com a construção dessa estrada de ferro, mas agora que os únicos empregos disponíveis se foram tudo piorou. Esse ano para esses desventurados não será de vacas magras, mas sim de vacas com sérios problemas de inanição.
            Algumas das pessoas que foram expulsas de seus territórios andam, atualmente, seguindo um beato que se auto-intitula José Maria, cujo nome verdadeiro é Miguel Lucena. Aparentemente, elas encontram algum consolo nas ideias igualitárias e religiosas desse homem. “O mundo deveria ser regido pelas leis de Deus. Todos nós teríamos justiça se fosse assim. Temos que lutar por terras, pra trabalhar de novo, e igualdade. Só desse modo tudo se ajeita.” Discursou José Maria para uma pequena multidão há pouco mais de uma semana.
            Os rumores que circulam em Contestado é de que o número de seguidores de José Maria aumentou e que muito em breve acontecerá mais uma revolução no território brasileiro.  
           
            Fontes de pesquisa:






  

4 comentários:

  1. São por esses motivos que vemos que a população estava certa em fazer a revolta, em fazer a guerra, mas ela não queria guerra, queria apenas que seus direitos fossem respeitados , que fossem tratados como pessoas e que possuíssem melhores condição de vida. Contudo o governo os ignorava e só pensava em seus interesses sem pensar nos mais necessitados.

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  2. O ato de organizar uma revolta não quer dizer que a população que o faça seja desordeira. o governo não soube compreender que o motivo da revolta eram as terríveis condições de vida sob as quais vivia a população. Da mesma forma que os líderes do governo podiam ter uma vida digna, a população também podia, e por isso reivindicaram.

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  3. Caro senhor, não há motivos para a população receber indenizações devida à ocupação ilegal da área e os empregos gerados não são efêmeros do modo que o disse.

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  4. Nossa empresa se pronuncia dizendo que fizemos o que estava ao nosso alcance enquanto recebíamos a força de trabalho dos caboclos.A partir do momento em que eles terminaram seus compromissos com nossas empresa, nossas obrigações com eles também acabam.

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